Encontro Nacional “PAZ, ECOLOGIA e SOCIEDADE” – ENPAES na GAMBOA
O ENPAES - foi organizado
visando estimular, ao mesmo tempo, o debate crítico sobre o tema e o
fortalecimento de uma rede de projetos experimentais de
ecodesenvolvimento na zona costeira catarinense. Além de painéis
contando com a participação de representantes
da comunidade científica, pretende-se oferecer oficinas voltadas para o
envolvimento ativo dos participantes em iniciativas de ecopedagogia,
saúde ecossistêmica, energias renováveis, agroecologia, arquitetura
ecológica e turismo educativo-comunitário, entre outras
Controvérsias intermináveis acerca da maneira mais adequada de se
considerar - e lidar com - a crise planetária do meio ambiente e das
opções de desenvolvimento continuam a predominar nas universidades, na
mídia, nas agências governamentais e nas ONGs.
Nas várias posições
em jogo podemos identificar diferentes maneiras de pensar as nossas
relações com a natureza, diferentes análises dos principais fatores que
respondem pelo agravamento da crise e diferentes propostas de
intervenção corretiva. A esta diversidade de crenças e valores somam-se
as múltiplas incertezas que cercam o avanço do conhecimento científico
sobre o assunto.
No entanto, atualmente não causa mais espanto a
ninguém que as águas, as florestas, a atmosfera, a biodiversidade ou as
zonas costeiras continuem a ser tratadas pelos economistas e tecnocratas
de plantão como meros objetos de compra e venda no mercado. Ao mesmo
tempo, a experiência histórica tem confirmado que a reprodução desse
processo de pilhagem do patrimônio comum da humanidade e a persistência
de bolsões de violência e miséria nos cinco continentes constituem as
duas faces de uma mesma moeda.
Daqui em diante, e é objetivo do
ENPAES contribuir para isto, respostas lúcidas a desafios de tal
magnitude dependerão da nossa capacidade de compreendermos cada vez
melhor o conjunto interdependente de fatores que condicionam os
processos mais ou menos irreversíveis de destruição da biosfera. Além
disso, estamos sendo desafiados a conceber e colocar em prática um novo
conceito de desenvolvimento ecologicamente prudente e economicamente
solidário. A meta consiste em superar a hegemonia da versão economicista
e socialmente excludente que ainda hoje norteia as tomadas de decisão
no campo do planejamento governamental.